4 de novembro de 2010

Do fundo do baú

Olá meninas, tudo bem?

Hoje resolvi vasculhar o meu baú de memórias e textos. Nesse trabalho acabei encontrando um texto que foi publicado no Diário do Povo - jornal de circulação aqui no PI - em 2005. Ele foi motivado pelas minhas aulas de redação no meu curso de jornalismo. Isso mesmo foi produzido numa tarde na UESPI e publicado neste jornal. Eu inesperadamente ganhei fama com ele. A fama foi tão grande que um jornalista famoso chamado Deoclécio Dantas ligou para o editor do jornal e pediu meu contato para me dizer que eu estava na profissão certa e que tinha visto poucas pessoas escreverem como eu, simples, fácil e de forma tão emocionada que os outros podiam sentir o que eu sentia. Foi legal ver que alguém que não te conhece se emociona com o que você escreveu... Me senti muito importante neste dia.

Não sei se vão gostar, mas aí vai o texto:


ESCOLHAS

           Sou nova aos olhos da família e muito velha aos meus. Tenho 21 anos. Considero-me mais que adulta. Muito cedo meus pais se separaram, foi, então, que me senti com tantas responsabilidades. Essa história é tão igual e tão comum a tantas outras...Mas é a minha história, cheia de particularidades e rumos, escolhas únicas por terem sido tomadas por mim. Segundo religiões o meu ser para Deus é um só, e para a ciência sou geneticamente singular.
Estas linhas podem parecer um desabafo ou uma queixa rancorosa! Não! Sou equilibrada e sensata. Mas de que adianta tanta sensatez e reserva se na escola te achavam muito “certinha”, em casa te diziam “te solta. Fala mais. Arranja um namorado. Assim ta difícil, eu não sei o que calado quer!”. Por vezes pensei que era alguém chata e muito ruim para se ter como amiga. Só que nunca me vi sem amigos e os mesmos teciam elogios que iam de encontro ao que pensava a meu respeito
Estudo! Sempre me dediquei muito. Esforçava-me para chamar a atenção de meu pai, ausente. Dançava, ganhava prêmios por minhas notas, fui a primeira da turma no terceiro ano, véspera do vestibular. Mas tudo foi em vão, por azar ou destino, para os místicos, não passei. A pessoa que eu queria impressionar notou-me...Marcou meu corpo com as mãos e minha alma com palavras, que naqueles momentos sozinha, ecoam em minha mente. Isso me ajudou a estudar tudo novamente. Passei para jornalismo, todos alegres, pois eu “levava jeito pra coisa”. Ele, meu pai, não gostou. “Isso é profissão que não dá dinheiro”, dizia. Ainda hoje me olha ressentido por não ter feito “direito”.
Não me arrependo da escolha, do curso, dos amigos feitos, das alegrias e desilusões amorosas que tive nesse período da minha vida. Ter esta experiência acrescentou muito à minha bagagem de conhecimento e muito mais à minha essência. Sou outra!
Sinto uma ponta de tristeza quando lembro da dificuldade de relacionamento com meu pai. Aí vejo meu reflexo nos olhos amorosos de meu namorado, amigos e familiares, então, me revigoro, fico cheia de coragem para enfrentar tudo e todos.
Sou feliz! Pois a minha vida foi moldada por minhas escolhas, não titubeio em momento algum ou me indago “se tivesse agido daquele jeito...”. Sou o que escolhi e sou feliz!

Bjokas carinhosas!

Um comentário:

  1. amiga, que texto emocionante...você é muito linda e sabe o quanto te admiro!

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não esconda nada!